quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

História da Astrologia - I (da Babilónia à Internet)

Gudea,
patesi (rei) de Lagash,
uma das várias cidades-estado sumerianas
(aproximadamente 2122-2102 a.C.).

Foi no tempo de Gudea, rei de uma pequena cidade-estado sumeriana chamada Lagash há 4200 anos atrás, que ocorreu o registo das primeiras anotações astrológicas.
Era o ponto de partida de um dos saberes mais antigos do mundo - e também um dos mais permanentes. Conheça agora a fascinante aventura da relação do homem com o cosmos.

Introdução

A astrologia é praticada há milénios, nas suas mais diversas formas, por todas as sociedades do planeta.
Desde os mais remotos agrupamentos humanos que se tem notícia, até à civilização planetária actual, passando por todas as culturas orientais e ocidentais, não houve sequer uma época em que o homem não olhasse para o céu, buscando uma compreensão maior do mundo ao seu redor ou, pelo menos, uma orientação para o seu dia-a-dia.
Para isso, com base nos ciclos regulares que observou na natureza, o homem estabeleceu relógios, calendários e sistemas astrológicos.

É claro que não se pretende aqui dar conta de todas essas variedades de sistemas astrológicos. Não se trata aqui também das astrologias pré-colombianas, nem de qualquer outra que não seja a chamada "astrologia ocidental", assunto que já é suficientemente amplo.

Apesar da diversidade de técnicas e práticas, é possível afirmar que o postulado fundamental de qualquer astrologia é que há uma relação entre um determinado conjunto de eventos celestes, concebidos do ponto de vista geocêntrico, e certos eventos terrestres.

No mundo ocidental, segundo Lynn Thorndike [1], o sistema astrológico foi considerado lei universal da natureza até Newton.
Trata-se, portanto, de um saber coeso, cuja finalidade seria entender os acontecimentos na Terra por meio da suposta relação com certos fenómenos regulares e previsíveis que ocorrem no céu.

Plotino

O que não significa que o nosso destino esteja escrito nas estrelas.
Segundo Plotino, "O movimento dos astros indica os eventos futuros, e não os produz, como se crê frequentemente" [2].
Logo, essa indicação dos astros não teria um caráter determinístico, e sim denotativo, expressando uma predisposição para que certos eventos ocorram.

[1] cf. THORNDIKE, L. "The true place of astrology in the history of science" in Isis. 1955 - p. 273-278
[2] PLOTINUS. Ennead II-3-1. Tradução de A.H. Armstrong. Cambridge: Harvard University Press, 1966 - minha tradução e meu grifo


DA BABILÓNIA À INTERNET
Uma breve História da Astrologia

por Cristina Machado
http://www.constelar.com.br

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